Poucas produções nos quadrinhos de super herois são capazes de reverberar de forma tão forte e poderoso com o passar do tempo. Aquelas que são capazes de realizar tais feios tendem a ser revisitadas e estragadas por roteiristas e editores ou mesmo se tornarem tão imortais que são levadas ao patamar dos universos distintos e separados do restante da cronologia.
Frente esta colocação, o que posso dizer acerca de A morte do Capitão Marvel?
Este quadrinho desenvolvido por Jim Starlim, Steve Englehart, Doug Moench e Pat Broderick não se encaixa em nenhuma das possibilidades já colocadas, ela está além disso, um patamar que depois de décadas a editora que antes era conhecida como Casa das ideias jamais alcançou novamente.
Mas o que me faz acreditar nisto? A resposta está no conteúdo desta graphic novel, Mar-Vell, o alienígena da raça Kree, que abandonou o seu povo devido aos seus planos de dominação bélica por sentir empatia pela humanidade, tornou-se o Capitão Marvel, um dos maiores heróis de seu tempo.
Aqui estamos diante de sua última aventura, sua última batalha contra o inimigo mais devastador de todos. Quando digo isto não me refiro ao Titã louco Thanos, Magneto ou mesmo Dr. Doom, me refiro aquela que não distingue os ricos e os pobres, os super-heróis e os civis normais, ela é a MORTE!
Aqui, Mar-Vell está diante de sua morte, um alienígena com super poderes se vê prostrado perante um câncer, e assim seguimos acompanhando seus últimos dias de vida.
A beleza está neste ponto, observar como o protagonista reage e aceita seu estado atual, seus momentos de força, tristeza, raiva, amor e angustia. Mas aqui não vemos apenas a reação dele, temos a forma como grande parte de seus amigos e aliados reagem, passeamos pelas impressões de Ben Grimm (o Coisa) ao jovem Rick Jones.
Observamos como as maiores mentes do universo falham na busca por uma cura para este precioso aliado e como a história de todos no fim é cheia de beleza apesar dos problemas e desafios passados.
Assim, a Morte do Capitão Marvel é uma daquelas joias raras que permanecem atuais e valiosas com o passar do tempo, o mais curioso é que mesmo em tempos em que nos quadrinhos ninguém morre de verdade, o Mar-Vell permanece em sua lápide, sendo sempre lembrado pela sua luta final ao lado de um guia incomum e inesperado.
Se esta batalha final resultou em uma derrota ou vitória deixo ao critério dos leitores.
Anexos:
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Autor: Raphael Fernandes Brito
Um stormtrooper decepcionado que viajou entre universos e galáxias ao lado de Uatu, o vigia e contemplou da explosão de Krypton até o estalo de Thanos, da derrota de Sauron até a Fundação de Asimov, desejando sempre uma vida longa e próspera.
Um stormtrooper decepcionado que viajou entre universos e galáxias ao lado de Uatu, o vigia e contemplou da explosão de Krypton até o estalo de Thanos, da derrota de Sauron até a Fundação de Asimov, desejando sempre uma vida longa e próspera.
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